:::.Agarius.:::

sábado, julho 14, 2007

Assaltado


Realmente é revoltante ser assaltado, por menor que seja o valor ou o objeto levado. Dessa vez foi a minha vez de ser a vítima inconformada da violência de São Paulo.

Após uma sexta-feira caótica (e ainda era a 13), recebi a notícia de que teria que trabalhar no escritório em pleno Sábado; acordar 05:00 já era uma tristeza, deixar a cama quentinha e a companhia maravilhosa de minha mulher, para enfrentar a massa cinzenta que cobria São Paulo então, nem se fala...
07:30 e eu já estava caminhando às margens da Av. do Estado, o dia estava claro, pouco movimento nas ruas, perfeito para uma ação como essas. Eu percebi que um grupo de jovens caminhavam em minha direção, agitados, com os olhos vermelhos e assustados. Procurei manter-me normal, o mais suave possível, mas eles avançaram rápido com a arma apontada no meu peito, havia 5 Jovens morenos, de idade entre 17 e 19 anos. Foi ali mesmo, na calçada, não se intimidaram com a luz nem com o pouco movimento dos carros. Pegaram minha carteira e vasculharam os bolsos. Por sorte eu só havia deixado o dinheiro de condução, e uns trocados para um possível lanche; os valores não alcançavam R$15,00. Mandaram eu ficar de costas e de joelhos, com a arma na minha cabeça eles perguntavam se eu tinha mais algumas coisas de valor. Como eu realmente não tinha mais nada, apenas disse a verdade. na minha mochila só haviam um pacote de Bolachas e uma vasilha com alguns pedaços de bolo que minha mãe havia dado.
Eu conheço alguns moradores do bairro, então começei a falar que era amigo dos mesmos, na esperança de pouparem o prejuízo que estavam me dando. Foi quando eu disse um nome de um amigo que trabalhou comigo, e que morava ali. Gráças a Deus eles também o conhecia, e fizeram algumas perguntas sobre esta pessoa, para contestar com as minhas informações sobre ela.
- Nós também conhece ele, mano. - foi o que eles disseram.
Deus seja louvado, eles tiraram a arma da minha cabeça e devolveu os documentos com os cartões de crédito, pegaram apenas o valor em dinheiro. Incrívelmente eles me deram uma quantia em Vale-Transporte, e disseram que era pra eu poder voltar pra casa. Pediram desculpas, e disseram que não queriam me machucar, queriam apenas o dinheiro para comprarem drogas.
Eu os olhava inconformado, passar todos esses perigos por causa de drogas. Ainda tive o abuso de falar pra eles pararem de usar drogas, pois era um caminho sem volta para o abismo. Mas eles já estavam alucinados, o corpo humano se acostuma com a química de alucinóginos, e quando sentem falta, o efeito é bem mais perturbador. Um deles perguntaram se eu iria chamar a polícia. "Bem, o que a polícia iria fazer?" eu perguntava pra mim mesmo. Iriam registrar o B.O. e só...
Não estou sendo pessimista, mas o que acham que ela faria? Acreditam mesmo que eles invadiriam as casas e rodeariam as ruas, loucos para pegar os infelizes que me assaltaram e puni-los friamente? Humpf! ¬¬
Se foi o tempo em que podíamos confiar na ação policial; hoje em dia muitos trabalham lado a lado com assaltantes e traficantes. Eu peguei minhas coisas e saí andando, agradeçendo à Deus por estar vivo. E advinhem só; cheguei na empresa e o sistema estava fora do ar... terei que trabalhar até mais tarde hoje, em pleno sábado. É... Belo final de semana...

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Vivido por Agarius às 9:38:00 AM

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